terça-feira, 5 de julho de 2016

Desentalando as palavras

As vezes penso comigo mesmo, será que internar de novo seria a melhor solução para tudo? Eu sei o que eu tenho, sei o que eu penso, sei sobre minhas ideias, porém não gosto de repeti-las a mim mesma. Eu quero que o mês que vem, eu não sinta dependência de nada, de ninguém, eu quero me sentir livre, quero me sentir bem comigo mesma, não quero me sentir em conflito o tempo todo com as vozes na minha cabeça. Eu já não falo mais dela, porque aqueles que tem que dar crédito a elas para me entender, não dão. Então, é como se eu estivesse sendo atormentada, pedindo ajuda e dissessem a mim 'não isto não está acontecendo'. E SIM! ISTO ESTÁ ACONTECENDO! EU ESTOU OUVINDO, DROGA. O que eu faço para acreditarem? Será que precisarei repetir? Mas a voz me mandar calar. Sinto-me aprisionada a ela. Continuo me perguntando porque me preocupo quando ninguém mais se importa. E quando me dizem que o tempo cura, fazem as coisas melhorarem, para mim, é a tipifica frase de quem não sabe o que dizer. 
Eu sei disfarçar muito bem, inclusive quando fiz uma única aula de teatro na escola onde estudava, a professora disse que eu tinha um ótimo potencial para atuar, eu tinha 14 anos na época, eu me lembro de achar o máximo. Hoje em dia eu sei usar o elogio para todas as ocasiões necessárias .
Quando olho para o mundo vejo a maior parte infeliz, pessoas que vivem na escuridão de suas vidas e saem com uma máscara de que tudo está bem, entretanto são pessoas apavoradas e decepcionadas, que estão sempre na defensiva e nervosas, presas nas obrigatoriedades de suas rotinas.
Sinto que algo não está bem, mas me faltam palavras para descreve-las, apenas vejo a insanidade entrando, mas dai me faço a pergunta, o que é a insanidade? Qual o seu limite? Como seria se alguém pudesse passar um dia no meu lugar e o que ela me falaria depois? Um pouco de pessoa cansada mutilada, um pouco de solidão, um pouco de falta de amor, ou muito amor, falta de vida, talvez ouvisse a voz e enlouquece.
Qual o momento da vida que a gente perde o controle, que ela desanda, que a ocasião dita o que vamos viver. Dizem que a vida é um dia após o outro, verdade, quando ouvi que sou medrosa, pensei, devo ser mesmo, porque amanha, posso está em outra casa, em outro lugar, com outras pessoas, me perguntando o que está acontecendo.
''Existem dias que sou péssima companhia, não gosto de conversar. Sou apenas uma pedra para mim mesmo. Quero ficar dentro de mim mesma sem ser perturbada. Foi assim desde o começo. Resisti a meus pais, resisti à escola e depois resisti a tornar-me uma cidadã. O que quer que eu fosse, fui desde o começo. Não queria que ninguém mexesse com isso. E ainda não quero.''
Somente eu saberei como é está num dia péssimo, que me já auto destruí, e sorrindo disse que estava tudo bem, fazendo coisas engraçadas e sendo a pessoa comédia que todo mundo curte. Porém, meus pensamentos são de morte, eles são massantes, morrer, morrer, morrer, gritando silenciosamente, cansado de vive cada dia que passa, passando apenas a existir, sendo julgada. DÓI, DÓI TANTO, E NINGUÉM PERCEBE ISSO. 
Cada corte tem um motivo, um motivo inexplicável, com passar do tempo o corte já não dói mais, foram nos braços. nas pernas, na barriga, cada um deles uma forma de alivio momentâneo, porque logo a dor voltava com maior força. Cada remédio a mais, mais, mais, quantos são necessários, 200? Quais são necessários misturar? Como dar certo? Já li um livro onde ensina o local correto onde amarrar a corda no pescoço para não se contorcer durante muito tempo antes de morrer enforcado.
Penso em me despedir de maneira discreta de cada um que eu julgo importante na minha vida, e finalmente no dia penso que: Tomarei todos os remédios que estão ao meu alcance e bebida alcoólica ou com uso de uma faca na garganta, no período da noite, quando todos estiverem dormindo, chegará o fim, deixarei uma carta a meus pais pedindo perdão e dizendo que não foi egoismo, que eu tentei, e a culpa jamais foi deles, o problema sempre foi comigo que nunca conseguiu fazer o certo e já havia perdido todas as esperanças, eu caída na cozinha ou na cama, com minha mãe e meu pai em desespero gritando, perguntando o por que.
Enfim, NINGUÉM poderá entender o que eu digo e sinto.

PS: leiam o texto funeral das rosas.



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