sábado, 28 de junho de 2014

DECIFRA-ME E AJUDA-ME

Liza sempre muito sorridente e feliz aos olhos de todos que a conheciam, sempre falante e brincalhona. Adora sair, viver aventuras que vão de sair de casa escondido a ir seguir alguma folgada por ai, descobrir onde ela mora e ir bater na porta da casa dela, só para provocar. Sempre acharam a Liza calma, em paz, mas o que ninguém sabia é que Liza carregava dentro de si, algo que somente ela sabia, o que era inexplicável e indefinível. Uma dor, um vazio, que ela tentava preencher de todas as formas possíveis, mas parecia que a solução disso estava distante.
Liza começou a pensar o que havia de tão errado, será que ela era egoísta a ponto de querer que todos se importassem com ela? Talvez ela fosse ingrata por não saber reconhecer o que ofereciam a ela? Será que ela sente muito ou sente pouco por aqueles que ela ama? Será que são suas atitudes que afastam as pessoas dia após dia? Ou será que as pessoas são tão estúpidas a ponto de fingirem ser o que não são? Liza se pergunta isso todos os dias, nunca obtém respostas plausíveis. Liza também pergunta: O que é a sua vida? Acordar, estudar, trabalhar, voltar para casa cansada, se decepcionar com alguma coisa que alguém fez ou ela mesma fez, se contorcer na cama antes de pegar no sono, com uma dor que ela não sabe fazer como parar. Liza não se imagina nos próximos dois anos, ela quer saber o que será dela, como conseguir suportar algo insuportável. Ela grita e nenhum som sai, ninguém a escuta, se escuta não a entende. Ela está sozinha e não consegue se levantar. Liza pede socorro a cada sorriso e a cada “está tudo bem” que dá a alguém. 
“Ela sempre enfurecia-se sozinha, irritava-se sozinha, suportava sozinha suas intensas convulsões emocionais, das quais ninguém nunca participava.” (Anais Nin)

Nenhum comentário:

Postar um comentário